3.2. Tempo de titulação e emprego

A evolução entre 2009 e 2021 da taxa de emprego formal de mestres e de doutores após dois, cinco e dez anos de suas titulações é apresentada no gráfico 3.2.1. Quando se compara a taxa de emprego de mestres e de doutores dois anos após suas titulações com as taxas prevalentes 5 e 10 anos depois da titulação verifica-se a existência de significativas diferenças. Tais diferenças são, de uma maneira geral, esperadas, mas o fato de uma proporção significativa dos titulados obterem seus empregos por intermédio de longos e complexos concursos públicos, inclusive os de universidades públicas, deve ser um fator que contribui para aquelas diferenças.

Na média do período sob análise, a taxa de emprego de mestres 5 anos depois da titulação foi 8,4 pontos percentuais superior à taxa dos que haviam titulado há apenas 2 anos. No mesmo período, a taxa média de emprego dos titulados há 10 anos foi 1,5 pontos percentuais abaixo da dos que haviam titulado 5 anos antes. 

O fato de a taxa de emprego formal dos mestres titulados há 10 anos ter sido inferior à dos titulados há 5 anos em todo o período sob análise parece ser contraintuitiva. É provável que esse fenômeno esteja associado ao fato de muitos mestres entrarem no mercado de trabalho logo depois de titulados e, alguns anos depois, saírem de seus empregos formais para fazer cursos de doutorado.

No caso dos doutores, isso não aconteceu, a curva da taxa de emprego formal dos titulados há 10 anos esteve acima da curva dos titulados há 5 anos em quase todos os anos do período. Na média dos anos 2009 e 2021, a taxa de emprego formal de doutores, que haviam titulado 10 anos antes, foi 1,4 pontos percentuais superior à dos titulados há 5 anos. A média das taxas de emprego formal de doutores 5 anos após suas titulações no período 2009-2021 foi 5,7 pontos percentuais superior à dos que haviam titulado 2 anos antes. 

As taxas de emprego formal de mestres e de doutores apresentaram tendências predominantes de queda entre 2009 e 2021. Entre o ano inicial e o final desse período, as taxas de emprego formal de mestres e de doutores, que haviam obtido seus títulos 10 anos antes, apresentaram queda de respectivamente 6,3 e 4,6 pontos percentuais.

Taxa de emprego formal, dois, cinco e dez anos após a titulação, 2009-2021 (%)

As taxas de emprego formal de mestres e de doutores pelas grandes áreas do conhecimento nas quais obtiveram seus títulos, no ano de 2021, variam significativamente, como pode ser observado no gráfico 3.2.2. 

Por exemplo, a diferença entre a taxa de emprego formal 10 anos após a titulação de mestres da grande área com a maior taxa, Linguística, letras e artes (67,1%), e a dos titulados na grande área com a menor taxa, Ciências agrárias (57,8%), era de 9,2 pontos percentuais no ano de 2021.

No caso dos doutores, a grande área com a mais elevada taxa de emprego formal 10 anos após a titulação no ano de 2021 era a de Ciências exatas e da terra (78,9%), enquanto a que apresentava a menor taxa era a de Ciências biológicas (67,9%). A diferença entre as taxas dessas duas grandes áreas foi de 11,0 pontos percentuais.

No conjunto das grandes áreas, as taxas de emprego formal dos titulados há 10 anos é quase sempre maior do que a dos titulados há 5 anos e essa, por sua vez, maior do que a dos titulados há 2 anos, como visto no gráfico 3.2.1. Essa regra, no entanto, não se aplica ao caso de algumas grandes áreas. No caso dos mestres, as taxas de emprego dos titulados há 5 anos, por exemplo, foram maiores do que as dos titulados há 10 anos em 6 das 9 grandes áreas. No caso dos doutores, apenas duas grandes áreas apresentam inversão similar.

As duas grandes áreas que apresentaram, no ano de 2021, as mais elevadas taxas de emprego formal dos titulados há 10 anos foram, no caso dos mestres, a de Linguística, letras e artes (67,1%) e a de Ciências exatas e da terra (67,0%). No caso dos doutores, as maiores taxas foram a de Ciências exatas e da terra (78,9%) e a de Ciências sociais aplicadas (77,4%).

Taxa de emprego formal, dois, cinco e dez anos após a titulação por grande área do conhecimento, 2009-2021 (%)

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