2.3 Títulos como proporção da população

O gráfico 2.3.1 apresenta o número de mestres e de doutores titulados no Brasil e em mais 23 países da OCDE medido como proporção de suas respectivas populações, nos anos de 2013 e de 2021.

O exame do gráfico permite saber que, no ano de 2013, o Brasil titulou apenas 25,6 mestres para cada grupo de 100 mil brasileiros, e que tal proporção cresceu para 29,3 no ano de 2021.

Nesses dois anos, o Brasil se destaca como o país que apresentou o menor número de mestres titulados em proporção à sua população entre os 24 representados no gráfico e seu desempenho nesse indicador está muito distante dos demais países. A título de exemplo, é possível verificar que, em 2021, o México tinha uma proporção de 107,2 novos títulos de mestrado por 100 mil habitantes, uma performance mais de três vezes superior à do Brasil nesse indicador. O Chile (269,2) e Portugal (273,0) apresentaram resultados mais de 9 vezes superiores ao brasileiro. Em relação aos países com melhores desempenhos nesse indicador no ano de 2021, como Irlanda (607,6) e França (501,6), seus resultados foram respectivamente cerca de 21 e 17 vezes superiores ao brasileiro. É provável que o fato de o Brasil ocupar posição relativa tão desfavorável nesse indicador esteja associado aos critérios adotados no Brasil para definição do que é mestrado. As estatísticas brasileiras consideram como mestres apenas os titulados em programas de mestrado stricto sensu, assim definidos pelos critérios da Capes, que são provavelmente mais rigorosos do que os adotados em outros países.

A posição relativa do Brasil no caso dos títulos de doutorado é bem melhor do que a dos títulos de mestrado. Em 2013, o Brasil concedeu 7,9 títulos de doutor por 100 mil habitantes, e tal proporção avançou para 10,2 no ano de 2021. Apesar de tal crescimento, o País ainda apresentava, em 2021, uma situação relativa desfavorável, quando comparada com a maioria dos países representados no gráfico 2.3.1. O Brasil, no entanto, teve desempenho significativamente superior ao da Colômbia e do Chile, assim como resultados similares, apesar de um pouco menores, aos da Turquia e do México. Em relação aos países com melhores desempenhos nesse indicador no ano de 2021, como Reino Unido (37,4) e Dinamarca (35,0), seus resultados foram quase 4 vezes superiores ao brasileiro.

É possível concluir, portanto, que a pós-graduação brasileira tem titulado números de mestres e doutores por 100 mil habitantes que são em linhas gerais relativamente muito pequenos, quando comparados com os de outros países, sendo tal disparidade muito mais acentuada no caso de títulos de mestrado do que no de doutorado.

Apesar da enorme expansão do número de títulos de mestrado e de doutorado ocorrida no Brasil, o número de titulados no Brasil a cada ano parece ainda ser relativamente muito pequeno quando medido como uma proporção da população brasileira. Tal fato fica evidenciado quando esse indicador do Brasil é comparado com o de outros países.

Número de títulos concedidos no Brasil e em países selecionados por 100 mil habitantes, 2013 e 2021

© 2024 CGEE - Centro de Gestão e Estudos Estratégicos