3.1 Número de empregados

O gráfico 3.1.1 apresenta os números de mestres e de doutores que possuíam emprego formal em cada um dos anos do período 2009-2021. As populações de mestres e de doutores consideradas no cálculo do número daqueles que possuíam emprego formal a cada ano eram aquelas constituídas pelos indivíduos que obtiveram os correspondentes títulos no Brasil, entre o ano de 1996 e o referido ano.

Em 2009, o número de mestres com emprego formal foi de 184.860. No ano de 2021, aquele número havia alcançado 441.983, o que correspondeu a um aumento de 139,0% naqueles 12 anos. O número de doutores com emprego formal passou de 73.767 em 2009 para 215.530 em 2021, um aumento de 192,2%.

 
Mestres e doutores: Número de empregados formais, 2009-2021

No período 2009-2021, as taxas médias anuais de crescimento do número de mestres e de doutores com emprego formal foram muito superiores à do crescimento do emprego formal total no Brasil, como foi indicado na análise do gráfico 3.1.1. A análise do gráfico 3.1.2 permite observar que as taxas anuais de crescimento do emprego formal de mestres e de doutores mostraram certo grau de sincronia com os altos e baixos do nível de atividade econômica inferidos pelas taxas anuais de crescimento do PIB e do emprego formal total. Contudo, as flutuações anuais do emprego formal de mestres e de doutores apresentaram significativa resiliência às flutuações negativas do nível de atividade. Por exemplo, no ano de 2015, o PIB caiu 3,6% e emprego formal total caiu 3,0%, mas o emprego formal de mestres e de doutores cresceram respectivamente 6,4% e 9,5%.

As taxas de crescimento do emprego formal de mestres e de doutores foram menos afetadas pelas grandes flutuações de atividade econômica ocorridas entre 2009 e 2021 do que o emprego formal total.

Taxas de crescimento anual do PIB, do emprego formal de mestres e de doutores e do emprego formal total, 2010-2021 (%)

Entre 2009 e 2021, o crescimento do número de empregos formais de mestres (139%) e de doutores (192%) foi respectivamente mais de 5 e 7 vezes superior ao do crescimento do emprego formal total ocorrido no Brasil no mesmo período (26%).17

17 Para construir a série, foram tomados como representativos de cada ano os valores do mês de junho de cada ano. Informação disponível no sítio: Banco Central do Brasil - BCB. SGS - Sistema Gerenciador de Séries Temporais.
Crescimento do número de empregados formais mestres, doutores e total, 2009-2021 (%)

A proporção de mestres e de doutores na força de trabalho elevou-se significativamente no período 2009-2021, como pode ser verificado no gráfico 3.1.4. Para cada grupo de mil empregos formais no Brasil, no ano de 2009, havia em média 4,5 mestres e 1,8 doutores. Em 2021, essas proporções tinham aumentado respectivamente 102,1% e 147,1%. Com isso passaram a existir naquele ano médias de 9,1 mestres e 4,4 doutores em cada grupo de mil empregos formais no Brasil.

Mestres e doutores: Número de empregados por mil empregos formais no Brasil, 2009-2021

Apesar do significativo crescimento na participação de mestres e de doutores na força de trabalho brasileira ocorrido ao longo dos anos, há indicações claras de que tais participações ainda precisam crescer muito para se aproximarem das que existem na maioria dos países representados no gráfico 3.1.5.

O número de mestres empregados por grupos de mil empregados de todos os níveis educacionais no Brasil no ano de 2021 (9,1) é quase 5 vezes menor do que aquele estimado para a Sérvia no ano de 2022 (41,6), que é o país que apresenta o pior desempenho neste indicador entre os demais países representados no gráfico 3.1.5. O valor alcançado nesse indicador pela média dos países da União Europeia (180,7) é quase 20 vezes superior ao do Brasil (9,1). É provável que o fato de o Brasil ocupar posição relativa tão desfavorável nesse indicador esteja associado aos critérios adotados no Brasil para definição do que é mestrado. As estatísticas brasileiras consideram como mestres apenas os titulados em programas de mestrado stricto sensu, assim definidos pelos critérios da Capes, que são provavelmente mais rigorosos do que os adotados em outros países.

No caso dos doutores, a situação do Brasil nesse indicador é bem mais favorável. A relação de doutores por mil empregados no Brasil (4,4) é superior à da Bulgária (3,8) e da Romênia (2,6) e apenas cerca de 3 vezes inferior à da média dos países da União Europeia (12,9).

A participação de mestres e de doutores na força de trabalho brasileira ainda é muito reduzida quando comparada com a que ocorre na média dos países da União Europeia, mas a diferença é muito menor no caso dos doutores.

Número de mestres e doutores empregados por mil empregados no Brasil (2021) e em países selecionados (2022)

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