A distribuição do emprego formal de mestres pelas diferentes atividades econômicas é menos concentrada do que a dos doutores, como pode ser observado no gráfico 3.5.1.¹⁹

Em 2021, 37,7% dos mestres com emprego formal no Brasil estavam empregados em estabelecimentos nos quais a atividade econômica principal era classificada na seção Educação da Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE. No caso dos doutores, 72% desses profissionais trabalhavam na seção Educação. Em 2010, essa concentração na seção Educação era maior. Entre 2010 e 2021, a seção Educação perdeu 5,4 pontos na sua participação no total de mestres empregados e 2,1% no total de doutores empregados.

A seção da CNAE, que aparece em segundo lugar no emprego de mestres e de doutores, em 2021, é a Administração pública, defesa e seguridade social. Essa seção foi responsável por 33,8% do emprego de mestres e 14,2% no de doutores em 2021.

A terceira seção mais relevante no emprego de mestres e doutores em 2021 foi a de Saúde humana e serviços sociais. Nesse ano, essa seção foi responsável pelo emprego de 5,9% dos mestres e de 3,9% dos doutores.

O emprego dos mestres é relativamente mais importante na Indústria de transformação do que o de doutores. Em 2021, 4,4% dos mestres e somente 1,6% dos doutores encontravam-se empregados nessa seção. Entre 2010 e 2021, a participação da Indústria de transformação no emprego de mestres perdeu 1 ponto percentual e a de doutores aumentou apenas um décimo de ponto percentual.

Cerca de 18% do emprego de mestres e 8% do emprego de doutores encontravam-se pulverizados pelas demais 17 seções da CNAE no ano de 2021.

O gráfico 3.5.2 detalha o emprego de mestres e de doutores da seção Educação, que é a atividade econômica na qual estavam empregados 37,7% dos mestres e 72,0% dos doutores no ano de 2021, como visto no gráfico 3.5.1.

A grande maioria dos mestres e dos doutores empregados na seção Educação estava empregada em estabelecimentos cuja atividade principal era a Educação superior. No ano de 2021, 57,6% da população de mestres brasileiros e 83,0% da de doutores estavam empregados em estabelecimentos classificados no grupo Educação superior da CNAE. É importante notar, no entanto, que essa concentração diminuiu no período 2010-2021. A proporção de mestres empregadas em estabelecimentos de Ensino superior perdeu 21,9 pontos percentuais entre 2010 e 2021, enquanto a de doutores perdeu 10,4 pontos.

O grupo Educação profissional de nível técnico e tecnológico aparecia em segundo lugar entre os grupos que mais empregavam mestres e doutores em 2021. Estabelecimentos classificados nesse grupo empregavam 17,7% dos mestres e 11,6% dos doutores no ano de 2021. Parte significativa das perdas de participações ocorridas entre 2010 e 2021 no grupo Educação superior foi absorvida pelo grupo Educação profissional de nível técnico e tecnológico. O crescimento expressivo da participação do emprego de mestres e doutores em estabelecimentos desse grupo está certamente relacionado à expansão, ocorrida na primeira metade do período sob análise, da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e, em particular, dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, que a integram.

Todos os demais grupos da seção Educação tinham participações reduzidas no emprego de mestres e de doutores. Contudo, com a exceção do grupo Atividades de apoio à educação, os demais grupos de participações menos expressivas aumentaram suas participações no emprego de mestres e doutores entre o ano de 2010 e o de 2021.

A atividade Educação superior empregava a maior parte dos mestres e dos doutores tanto em 2010, quanto em 2021, mas entre esses dois anos houve redução na concentração do emprego nessa atividade e a elevação das participações de quase todas as demais atividades classificadas na seção Educação da CNAE.

O gráfico 3.5.3 apresenta as taxas médias (geométricas) de crescimento anual do número de mestres e de doutores empregados em cada uma das 21 seções de atividades econômicas da CNAE entre o ano de 2010 e o de 2021. Nesse período, o emprego total de mestres cresceu 7,2% ao ano e o de doutores 8,9% ao ano.

A análise do gráfico permite perceber, por exemplo, que a seção Educação, que é a responsável pela maior parte do emprego de mestres e de doutores, apresentou a taxa de crescimento do emprego de mestres de 5,9% ao ano, e de doutores de 8,6%, taxas menores do que as taxas anuais de crescimento do emprego total de mestres e de doutores apresentadas acima.

A seção Administração pública, defesa e seguridade social, que é a segunda maior empregadora de mestres e de doutores, apresentou taxas de crescimento de 8,6% anual do emprego de mestres e 10,8% no caso dos doutores, ambas taxas superiores às referentes ao emprego total.

O emprego na seção Saúde humana e serviços sociais, que é a terceira maior empregadora, cresceu a taxas anuais de 11,3% no caso dos mestres e de 10,4% no de doutores, que foram significativamente superiores às do emprego total.

O emprego de mestres na Indústria de transformação cresceu 5,2% ao ano, inferior aos 7,2% do emprego total de mestres. Já o emprego de doutores nessa seção cresceu 9,3% ao ano, valor superior à média do emprego total de doutores (8,9%).

O emprego de mestres na seção Informação e comunicação cresceu à taxa de 9,6% ao ano, taxa superior à do emprego total de mestres. A taxa de crescimento do emprego de doutores de 16,9% ao ano apresentada por nessa seção foi a maior taxa entre as de todas as seções.

No período 2010-2021, as seções da CNAE, cujos aumentos no emprego de mestres e de doutores mais contribuíram para o aumento total do emprego desses profissionais, foram a seção Educação, a seção Administração pública, defesa e seguridade social e, em menor grau, as seções Saúde humana e serviços sociais e a da Indústria de transformação.

Os estabelecimentos classificados na seção Administração pública, defesa e seguridade social foram os maiores responsáveis pelo crescimento do emprego de mestres ocorrido entre 2010 e 2021. Essa seção absorveu 37,0% da expansão do emprego de mestres ocorrida no Brasil naquele período.

Os estabelecimentos cuja atividade principal é a Educação foram os responsáveis pela absorção de 71,4% dos novos empregos de doutores surgidos no período 2010-2021.

Nos gráficos anteriores desta seção foram tratados diversos aspectos do emprego de mestres e doutores estratificados pelas seções em que são classificadas as atividades econômicas. O gráfico 3.5.5 trata do emprego de mestres e doutores em um nível mais detalhado da CNAE, o das divisões. As atividades características de cada seção da CNAE são, em geral, classificadas em diversas divisões. No entanto, tanto a seção Educação, quanto a Administração pública, defesa e seguridade social não se dividem em mais de uma divisão, ou seja, os nomes e as abrangências da única divisão, que cada uma dessas seções possui, são idênticos aos da própria seção correspondente ²⁰. No todo, existem 87 divisões na CNAE.

São apresentadas no gráfico 3.5.5 as vinte divisões da CNAE que apresentaram as mais elevadas proporções de mestres e as vinte divisões que apresentam as maiores proporções de doutores entre seus empregados no ano de 2021.

A divisão da CNAE que apresentou a maior densidade de mestres em sua força de trabalho no ano de 2021 foi a divisão Pesquisa e desenvolvimento científico. Nesse ano havia 116,0 mestres para cada grupo de 1.000 empregados nos estabelecimentos da divisão Pesquisa e desenvolvimento da CNAE. A densidade de mestres trabalhando nessa divisão foi, em 2021, quase de 13 vezes maior do que a densidade média do emprego de mestres em todas as atividades econômicas (9,1 por mil).

A divisão Pesquisa e desenvolvimento científico também foi a que apresentou a maior densidade de doutores por mil empregados em 2021. Nesse ano havia 104,7 doutores por grupos de mil empregados nessa divisão, o que vem a ser aproximadamente 24 vezes maior do que a média do emprego de doutores em todas as atividades econômicas (4,4 por mil).

É interessante notar que a proporção de mestres por mil empregados na divisão Pesquisa e desenvolvimento científico (116,0) não era muito diferente da de doutores por mil empregados (104,7) no ano de 2021.

Contudo, é importante ter em perspectiva que a divisão Pesquisa e desenvolvimento científico empregava apenas 1,3% dos mestres e 2,5% dos doutores que estavam empregados em todas as atividades econômicas no ano de 2021.²¹

Em contraponto, a divisão Educação, que ocupava a segunda posição nas escalas de divisões com as maiores densidades de mestres e de doutores entre seus empregados, ocupava 37,7% dos mestres e 72,0% dos doutores empregados em todas as atividades econômicas no ano de 2021, como visto no gráfico 3.5.1. Nesse ano, a divisão Educação apresentou uma proporção de 84,3 mestres e de 78,5 doutores por mil empregados.